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  • Ori Boteco

É preciso falar sobre Covid

29 de fevereiro de 2024
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A dengue é o principal assunto atualmente nos noticiários. Porém, não se deve descuidar de outra doença bem conhecida: a Covid-19, que ainda permanece entre nós e continua causando vítimas e dor nas famílias. Dados dos primeiros meses deste ano revelam um crescimento no número de novos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados à Covid em várias regiões do país.

Conforme o boletim InfoGripe da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), divulgado em 22 de fevereiro, uma tendência de aumento pode ser observada em sete estados, incluindo Santa Catarina.

Segundo ele, os surtos da doença já não se concentram apenas nos meses mais frios do ano. No ano passado, por exemplo, houve um aumento de casos em março e abril.

E o que fazer em caso de sintomas de infecção respiratória ou mesmo de gripe? Até o correto diagnóstico, Gaudenzi ressalta a necessidade de restringir a circulação, para evitar a propagação do vírus, manter os ambientes arejados e seguir regras básicas como tossir no antebraço, higienizar as mãos e usar máscara. “É necessário proteger as pessoas ao nosso entorno, principalmente as que possuem mais de 65 anos e baixa imunidade”, observa.

Os dados da Secretaria da Saúde mostram que a maior incidência da doença e de registros de óbitos está situada nas faixas entre os 65 anos e 80 anos ou mais.

DENGUE – Com o surto de dengue, há pessoas que confundem os sintomas desta doença com os da Covid-19. A infectologista Renata Zomer, do Grupo Baía Sul, explica que, embora haja alguma sobreposição, como febre e fadiga, a presença de problemas respiratórios, como tosse e falta de ar, é mais comum na Covid, enquanto a dengue tende a apresentar sintomas como dores musculares intensas e dor atrás dos olhos. “Ambas as doenças podem ser graves e requerem atenção médica, especialmente se os sinais forem fortes e persistentes.”

Sintomas

Dengue: Febre alta súbita, dor de cabeça intensa, principalmente atrás dos olhos, dores musculares e articulares, manchas vermelhas pelo corpo que podem acompanhar de coceira, fadiga, náusea e vômito, e dor abdominal. Pode haver sangramento de mucosas como nariz e gengiva.

Covid-19: Febre, tosse seca, congestão nasal ou coriza, fadiga, falta de ar ou dificuldade para respirar, dores musculares, dor de garganta, dor de cabeça, perda de paladar ou olfato.

CUIDADOS – A prevenção continua sendo a melhor forma de evitar a Covid-19 e a vacina é a resposta mais eficiente para isso. Dados nacionais mostram que no Brasil em torno de 82% da população está imunizada com as duas primeiras doses das vacinas monovalentes e pouco mais da metade totalmente coberta pelos reforços disponíveis. O problema reside na baixa adesão à vacina bivalente, que protege contra as novas cepas circulantes, oriundas da ômicron. O percentual de imunização gira ao redor dos 16%.

Vale lembrar que, apesar da fase aguda da doença ter ficado no passado, por conta da vacinação massiva, o número de óbitos ainda preocupa. Em 2023, foram quase 15 mil no país, sendo 410 em Santa Catarina, Estado que registrou 42 mortes no período de 1 de janeiro a 17 de fevereiro, segundo o painel de monitoramento do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde). Para efeito de comparação, as mortes por dengue notificadas no ano passado somaram 1.079 no país.

O superintendente de Vigilância em Saúde do Estado, o médico Fábio Gaudenzi, explica que a Covid atua como uma espécie de “gatilho” agravando o quadro de pacientes imunodeprimidos e com fatores de risco.

A boa notícia é que atualmente está disponível na rede pública de saúde um medicamento eficaz, o Paxlovid, no tratamento de Covid-19 leve a moderada, destinado ao público adulto. Ele impede que o vírus se multiplique nas células e se dissemine no corpo.

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