Acumulando prejuízos, comerciantes querem mudanças na ciclovia do Abraão
Alguns empresários dizem que vão começar a demitir ou até fechar as portas
Instalada em setembro, da noite para o dia, sem qualquer aviso da Prefeitura de Florianópolis, a ciclovia que percorre toda a João Meirelles pegou de surpresa os empresários estabelecidos ao longo da principal via do Abraão.
Aplaudida por muitos, a demarcação de uma pista só para ciclistas resultou na proibição de estacionar em ambos os lados da Rua João Meirelles, a principal do Abraão.
E é exatamente aí que mora o problema. Para os empresários, até a carga e descarga de mercadorias estão sendo quase impossíveis de serem feita. “Dois fornecedores foram multados deste setembro por estacionar na frente da floricultura. Já me avisaram que, deste jeito, vão deixar de fazer a entrega”, relata a proprietária da Flor & Ser, Evana Bedretchuk.
Ganha nesta hora quem se preocupou em garantir vagas de estacionamento para seus clientes, como é o caso do proprietário do Ministério da Cerveja, José Vanderlei Guesser, que pouco depois de assumir o bar, há cerca de três anos, fez uma parceria com o dono do terreno ao lado. “Não fui tão atingido, mas a ciclovia prejudicou a todos”, observa.
Mesmo quando na frente existe recuo, caminhões de entrega ficam impossibilitado de entrar por causa do seu porte ou pelo risco de quebrar a calçadas. “São veículos que pesam em torno de sete toneladas”, observa o proprietário da Bicho da Casa, Giovanni Bello. Ele aponta o dedo em direção à esquina da Rua Fernando Ferreira de Melo, quase na frente do seu estabelecimento. “Ali eles até poderiam parar, mas é proibido tanto estacionar quanto parar”, diz. No caso de Evana, o caminhão que tentou entrar no pátio da floricultura arrebentou a fiação por conta da altura.
DEMISSÕES
É com desânimo que o proprietário do Restaurante Telmo e Mari, Telmo Silva Pinto, aponta as cadeiras vazias do seu estabelecimento. “Nosso movimento caiu 40%. Ainda continuamos aberto por causa da teleentrega”, desabafa. A redução da receita foi tão grande que, afirma, terá que demitir três dos cinco funcionários contratados se nada for feito. “É uma tristeza, observa. “Ninguém para mais para almoçar”, diz ele, que trabalha junto com a esposa Maria Lurdes Serra.
CUSTO BENEFÍCIO
O que mais indigna os proprietários é que a ciclofaixa é muito pouco usada. “Uma meia dúzia de gatos pingados”, diz Telmo. Para piorar, cliclistas que descem a João Meirelles utilizam a faixa normal. “A sinalização na ciclovia é dirigida apenas aos ciclistas que se dirigem a Itaguaçu e Coqueiros”, destaca o proprietário do Açougue Scmitt, Elimar Schmitt. “E como fica os moradores que precisam fazer mudança ou contratar um papaentulho. Será que ninguém da prefeitura pensou nisso?”, questiona.
Confira algumas das propostas dos comerciantes para amenizar o impacto causado pela ciclovia.
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