Estudantes pedem o retorno das linhas Continente-UFSC
As aulas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) começaram nesta semana, e os estudantes que moram no Continente pedem com urgência a retomada das linhas de ônibus que faziam o trajeto Continente-UFSC. Elas foram suspensas durante a pandemia, e desde então não mais voltaram.
O mestrando em engenharia mecânica na UFSC, Gabriel Longen Podgaietsky, 24 anos, que mora no bairro Bom Abrigo, se desloca diariamente para a UFSC, já que seu mestrado é realizado no Laboratório Polo da Engenharia Mecânica. “Uma linha direta de ônibus iria facilitar e agilizar muito o meu deslocamento diário”, diz.
Segundo Gabriel, há uma perda muito grande de tempo, pois ele é obrigado a pegar dois coletivos, um até o TICEN e outro até a UFSC. “Em razão disso, eu perco mais de uma hora por dia”, explica.
Morador do bairro Capoeiras e também cursando Engenharia Mecânica, Vitor Hélio Fermiano Alves, 26 anos, conta que a sua rotina mudou muito desde o cancelamento da linha direta à UFSC. “Antes eu me preocupava apenas com um ônibus, agora são dois”, reclama.
Recorda que levava em torno de meia hora até a universidade, agora demora mais que uma hora. “Às vezes eu chego no terminal e não casa com o horário do ônibus que vai para a UFSC, aí o jeito é esperar”.
Vitor clama pelo retorno das linhas, e também por mais horários. “Se eles colocassem uns três horários pela manhã e mais uns dois das 16 até às 19 horas, seria bom demais”, sugere.
Outra que torce pelo retorno da linha direta é a estudante de Engenharia de Materiais, Maria Luísa, 24 anos, e também moradora do bairro Bom Abrigo.
Conta que antes da pandemia, usava a linha Abraão-UFSC, ou então o executivo Abraão-universidade. “Era muito bom porque eu poupava bastante tempo, tanto na ida, quanto na volta, se comparado com o trajeto Abraão e semidireto. Sem falar que evitava a superlotação desses ônibus de linhas normais”, acrescenta a estudante.
Maria Luiza conclui o curso no final deste ano, mas a preocupação agora é com o irmão Nilton, de 17 anos, que passou no vestibular para Engenharia Mecânica na UFSC. Ela espera que as linhas voltem a circular, caso contrario vai ficar muito difícil e complicado para todos os estudantes que moram no Continente.
Engenheiro do Laboratório Polo da Engenharia Mecânica, Márcio José Espíndola Demétrio, 47 anos, morador do bairro Campinas, São José, conta que utilizou essa linha na época do mestrado (2009-2011) quando morava no bairro Kobrasol. Depois usou de 2016 a 2019.
“Essa linha sempre teve demanda. Em muitos dias, o ônibus já saia do ponto inicial praticamente lotado”, comenta o engenheiro. Segundo ele, além de estudantes, também utilizavam o ônibus quem trabalhava ao longo do itinerário da linha, como por exemplo, Beira Mar Norte, Iguatemi (hoje Vila Romana), Hospital Universitário, entre outros.
“A linha é muito importante, pois agiliza o trajeto, não fazendo transbordo no TICEN. Muitos dias saíamos às 6h30 de Campinas e às 7h10 já estávamos na UFSC”, acrescenta Márcio Demétrio.
O engenheiro lembra, ainda, que além da linha Capoeiras/UFSC também existiam Jardim Atlântico/UFSC e Abraão/UFSC. “Infelizmente, depois da pandemia, nenhuma dessas linhas voltou”, lamenta.
Posição da Prefeitura de Florianópolis – O superintendente de Transporte e Mobilidade da Secretaria e Transporte e Infraestrutura, Valci Brasil Júnior, afirma que hoje o município não possui ônibus disponíveis para reativar as linhas Continente-UFSC. Segundo ele, das cinco empresas que integram o Consórcio Fênix, quatro estão com sérios problema financeiros, o que prejudica a renovação da frota.
Em maio, porém, o superintendente informa que devem ser adquiridos 40 ônibus, o que abre possibilidade de discutir essa questão, com a realização de estudos sobre demanda e fluxo de passageiros.
Texto: Arlei Zimmermann
Fotos: divulgação UFSC e PMF
Vale acrescentar que essa linha também será para quem tem consulta médica no HU ou trabalha pela beira mar norte diminuindo o uso do carro )