Vida se renova nas águas do Continente: praias mostram melhoras na balneabilidade
Duas praias da região continental de Florianópolis, que há décadas figuram entre as mais poluídas, começam a dar sinais de recuperação.
No dia 14, a Praia do Jardim Atlântico conquistou a condição de PRÓPRIA PARA BANHO após análises do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA/SC) registrarem índices de E. coli abaixo de 800 por 100 mililitros em quatro das cinco amostras semanais.
Já a Praia do Balneário apresentou nas duas últimas coletas níveis adequados de balneabilidade. Embora ainda insuficientes para torná-la própria para banho, os resultados representam um indicativo de melhora em uma área que, antes dos anos 1970, era ponto de encontro tradicional para os moradores da Capital.
No caso do Jardim Atlântico, esta é a segunda vez em quase três décadas que a praia apresenta condições adequadas para mergulho — a primeira foi registrada em fevereiro de 2022.
Embora o resultado mais recente, divulgado no dia 29, tenha novamente apontado níveis superiores a 800 E. coli por 100 ml, devolvendo à praia o status de IMPRÓPRIA, os dados recentes representam um avanço importante.
“São informações muito promissoras, que nos enchem de alegria”, afirmou o deputado Mário Motta, que tem liderado, junto à comunidade, ações para melhorar a qualidade da água. “Estamos no caminho certo”.
Ações em andamento
Em junho, um estudo foi enviado à Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc), detalhando a situação e solicitando medidas para evitar problemas como o extravasamento de esgoto na rede da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan). O documento desencadeou fiscalizações e reuniões envolvendo a Casan, a Prefeitura de Florianópolis e outros órgãos.
Medidas foram intensificadas não só pela Casan, mas também pela Prefeitura Municipal de Florianópolis, no que diz respeito as drenagens pluviais (programa Se Liga na Rede), afirma Mário Motta.
Na avaliação do deputado, o que garantirá uma melhor realidade nas praias do Balneário e Jardim Atlântico é a cobrança na Justiça Federal por um Plano de Ação da Casan para a troca do Interceptor G, tubulação antiga que data da década de oitenta e por onde passa grande parte do esgoto do continente..
Prazos e impactos previstos
De acordo com a Casan, a instalação do novo interceptor, que será em via pública, deve ser concluída até o segundo semestre de 2026. A desativação do atual Interceptor G está prevista para o primeiro semestre de 2027. Entre as vantagens apontadas pela empresa para a substituição estão:
- Facilidade de manutenção;
- Redução de custos operacionais;
- Menor risco de contaminação da água devido à retenção de materiais sólidos;
- Maior durabilidade da tubulação, com redução da corrosão.
A Casan também destacou outras iniciativas em andamento na região continental, como o uso de caminhões de alta performance para limpeza do Interceptor G, testes de fumaça para identificar irregularidades e a verificação das ligações de esgoto.
Sobre a balneabilidade, a empresa lembrou que os resultados variam entre próprios e impróprios, influenciados por fatores como:
- Períodos de chuvas intensas;
- Alta densidade populacional;
- Ligações clandestinas de esgoto nas redes de drenagem.
ESPERANÇA – Embora ainda haja desafios, os moradores acreditam que os resultados recentes são um alento e reforçam a importância da continuidade das ações em prol da recuperação ambiental. As praias do Jardim Atlântico e do Balneário, que já foram sinônimos de lazer e convivência, dão os primeiros sinais de que a vida pode, de fato, se renovar nas águas do Continente.
CONFIRA A TABELA DO RESULTADO DE BALNEABILIDADE
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